Iconoclasmos para um Novo Mundo

 

Iconoclasmos para um Novo Mundo

 

2020. O Ano da Praga.

Um ano que iniciou processos com consequências duradouras.
Monumentos foram depostos. Um novo mundo começa a ser delineado, e este mundo não é mais oprimido pelo homem branco.

Por volta do ano 1000, um homem chamado Leifr Eiríksson invadiu um continente através de Ikkarumikluak, no Canadá, e decidiu chamá-lo erroneamente de Vinlândia.

Em 1492, um homem chamado Cristoforo Colombo invadiu este mesmo continente por volta de Guanahani, nas Bahamas, e por causa disso ele ficou conhecido como um descobridor.

Em 1507, um homem chamado Martin Waldseemüller decidiu renomear o tal continente, inserindo a palavra América num mapa, exatamente no território hoje denominado Pindomara (ou Brasil).

Em 1776, um grupo de homens conhecidos como Congresso Continental, declararam que um país específico deveria ser chamado de Estados Unidos da América. 

Seja em Ikkarumikluak, Guanahani ou Pindorama, a América nunca nasceu nos Estados Unidos, mas ainda assim, o país e seus aliados políticos continuam alegando a identidade de um continente inteiro como se fosse deles. 

 

Não é possível falar sobre decolonialidade sem reconhecer o vocabulário imperialista que nós ainda utilizamos, protegemos e compartilhamos. 

 
 
A Invasão de Abya Yala, depois de “Cristoforo Colombo chega na América”, Theodor de Bry (1594)

A Invasão de Abya Yala, depois de “Cristoforo Colombo chega na América”, Theodor de Bry (1594)

 
 
A Violação de Abya Yala, depois de “O Descobrimento da América”, Jan van der Straet (ca 1587–89)

A Violação de Abya Yala, depois de “O Descobrimento da América”, Jan van der Straet (ca 1587–89)

 
O Deadnaming de Abya Yala, depois de “Universalis Cosmographia”, Martin Waldseemüller (1507)

O Deadnaming de Abya Yala, depois de “Universalis Cosmographia”, Martin Waldseemüller (1507)

 
 

Através dos simbolismos trazidos pelas primeiras imagens do Novo Mundo e o posicionamento de palavras revisionárias sobre estes documentos, um primeiro passo para um entendimento das implicações políticas causadas pelas múltiplas invasões europeias é estabelecido e também é revelado a influência colonial de ações seculares contra o povo de Abya Yala.

 
 
 

Todos Americanos é um filme de 1943, feito por Julien Bryan sob encomenda do departamento da Política de Boa Vizinhança dos Estados Unidos. Na ocasião, cineastas foram contratados para filmar no sul com o intuito de promover relações amigáveis entre os países americanos, especialmente diante da desintegração da Europa. Este filme marca o raro período entreguerras, no qual os Estados Unidos não foi conduzido por sua típica megalomania.