Iconoclasmos para um Novo Mundo
2020. O Ano da Praga.
Um ano que iniciou processos com consequências duradouras.
Monumentos foram depostos. Um novo mundo começa a ser delineado, e este mundo não é mais oprimido pelo homem branco.
Por volta do ano 1000, um homem chamado Leifr Eiríksson invadiu um continente através de Ikkarumikluak, no Canadá, e decidiu chamá-lo erroneamente de Vinlândia.
Em 1492, um homem chamado Cristoforo Colombo invadiu este mesmo continente por volta de Guanahani, nas Bahamas, e por causa disso ele ficou conhecido como um descobridor.
Em 1507, um homem chamado Martin Waldseemüller decidiu renomear o tal continente, inserindo a palavra América num mapa, exatamente no território hoje denominado Pindomara (ou Brasil).
Em 1776, um grupo de homens conhecidos como Congresso Continental, declararam que um país específico deveria ser chamado de Estados Unidos da América.
Seja em Ikkarumikluak, Guanahani ou Pindorama, a América nunca nasceu nos Estados Unidos, mas ainda assim, o país e seus aliados políticos continuam alegando a identidade de um continente inteiro como se fosse deles.
Não é possível falar sobre decolonialidade sem reconhecer o vocabulário imperialista que nós ainda utilizamos, protegemos e compartilhamos.
Através dos simbolismos trazidos pelas primeiras imagens do Novo Mundo e o posicionamento de palavras revisionárias sobre estes documentos, um primeiro passo para um entendimento das implicações políticas causadas pelas múltiplas invasões europeias é estabelecido e também é revelado a influência colonial de ações seculares contra o povo de Abya Yala.